Pois sei o quanto dói a solidão
Falar sem que ninguém preste atenção
E ser zombado por quaisquer deslizes
Andar sem grana, ser sozinho e aflito
Não foram um, nem dois, nem três, nem mil
Os dias que me vi triste e febril
Peito calado, sufocado o grito
Até que eu aprendi, por sorte, a arte
De conversar com a pedra, o pingo, o toco
O bicho, a coisa, o ar, o fogo, o oco....
Já que dos homens me sentia à parte
Tempos passados, mas não bem passados
Eu sei cantar como os desesperados

Nenhum comentário:
Postar um comentário